sábado, 21 de fevereiro de 2015

SAPATOS – UMA OBSESSÃO!



Dorothy no Feiticeiro de Oz
Eu adoro sapatos, é paixão mesmo, diria quase insana. E vai muito para além da moda. Já fiz loucuras “financeiras” para comprar sapatos. E mesmo que os meus pés não partilhem comigo o mesmo gosto, who cares. Eu bem os vejo, sinto-os protestarem, se são stilletos porque além de estreitos são altos, se sabrinas sentem as pedrinhas todas da calçada, se botas chelsea são difíceis de calçar, se aberto atrás (chanel) comem-me os calcanhares, nunca ficam felizes, ou raramente, ao contrário de mim.
Mas nada disso interessa. Já comprei sapatos de tamanho superior, inferior, por não haver o meu tamanho. Alguns só consegui usar um dia… outros levo-os na mala e uso nos jantares, nos casamentos.
Mas o prazer que tenho ao comprar uns sapatos novos é inigualável. É o gosto da escolha (aspiracional), a experimentação, o olhar os sapatos no espelho (prolongamento das pernas, um prazer lúdico) e depois (hábito) o usá-los no dia a dia. É a sensação de ser uma nova mulher.
E quando são velhos, tornam-se uns amigos inseparáveis, confortáveis, pacientes, são grandes companheiros de férias.
Os sapatos são fundamentais para a nossa existência, o nosso escape ao quotidiano nada fácil. Eles permitem-nos partilhar prazer, glamour à medida do nosso gosto. Compramos sapatos e somos outras mulheres. É loucura, eu sei. São mimos, que oferecemos a nós próprias, todas nós mulheres, podemos ter este prazer.
Porque os sapatos não excluem ninguém socialmente, Podemos não ser o modelo ideal, seja lá o que isso for, mas estamos sempre na actualidade. Somos gordas, magras, altas, baixas, novas, mais velhas, menos novas, aqui não há descriminações nem restrições. Pelo contrário há para todos os gostos e bolsos. Cria o nosso próprio estilo, deixa-nos desenvolver personagens. 

Louboutin 

A minha filha mais nova sai para comprar roupa que necessita e aparece-se sempre com uns sapatos, que não precisava. Ou então diz que vai comprar uns sapatinhos baixos que lhe dão mais jeito para trabalhar e compra uns stilettos de 12cm!!

Os sapatos têm uma longa história:
Os psicólogos (e a História) lembram que o acto de beijar os pés era uma veneração, era um hábito comum na antiguidade, será que também queremos ser reverenciadas??
Na China antiga, os sapatos eram mais pequenos que os pés, por forma às mulheres caminharem lentamente num acto de subserviência; Na Grécia as cortesãs usavam tachas presas às sandálias como sugestão para serem seguidas; No Egipto só as mulheres de classe alta usavam sapatos; Em Veneza no séc. XV só as de classe alta usavam saltos (símbolo de status e maior controle dos maridos, porque andavam mais devagar); no séc. XVIII Maria Antonieta, tinha uma enorme coleção de sapatos, e quando subiu ao cadafalso, deixou cair um dos sapatos. Sapato esse, testemunho histórico, que está agora no Musée des Beaux-Arts.
Os sapatos tiveram sempre uma conotação de evolução social, tal como a moda de que fazem parte. Estou a lembrar-me dos bicos finos dos anos 50, que marcavam o New Look do pós-guerra e, depois nos anos 70 aparecem as botas brancas futuristas, as sandálias, os chinelos hippies.
Hoje em dia, no séc. XXI, os sapatos continuam a ser a nossa loucura coerente ao estilo de cada um, com a alienação insensata de podermos usar todo o tipo de sapato desde que nos sintamos bem.
É óbvio que os sapatos também são libertadores, eu posso usar ténis, sapatilhas botas rasas, galochas quando quiser, a simbologia dos sapatos evoluiu ao mesmo tempo que a humanidade. Eu acredito na humanidade, ainda.
Dizem que os sapatos têm um forte poder de sedução o que aumenta a nossa auto-estima.
Sim a imagem de um pé descalço na areia, na terra, no chão de casa é sensual… O erotismo duns saltos altos, é a imagem de: eu posso!

O meu pai dizia-me sempre: só estás bem calçada se tiveres uns saltos!
Marylin Monroe e que sapatos
Eu acredito que não há mal nenhum em termos esta verdadeira paixão pelos sapatos… não será equivalente ao que os homens gostam de carros. Meninas, isto não é uma competição.

E melhor ainda não há idade para os sapatos, mas sim gostos, estilos, provocações.

Aos 50 anos podemos usar qualquer tipo de calçado.

Eu agora ando assim, numa versão mais cool, por causa do frio.
Botinha da Mango, tem caminhado comigo o Inverno todo!

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