quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Sonho com a Primavera...
Ainda é inverno e o vento continua teimoso, a abanar tudo, a forrar o meu quintal de castanhos esverdeados, é bonito.
Mas posso já sonhar com a primavera e as futilidades, que fazem parte da vida de uma cinquentona, nem só de coisas sérias e chatas se vive.
Sapatinhos para a primavera, já adorei. Vamos conhecê-los e sonhar.
et voilá:
Uns sapatos perfeitos para passearmos a Primavera:
Umas botas para entrar na Primavera e continuar pelo Verão fora:
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Para bater a calçada Lisboeta
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Para aproveitar a noite |
Nightcrawler
Voltando ao cinema, há um filme que eu gostei muito, e aconselho a não perderem.
Deveria ter sido nomeado pela Academia...com o panorama deste ano.
Deveria ter sido nomeado pela Academia...com o panorama deste ano.
CRESCER DÓI
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Boyhood |
A minha filha caçula, como dizem os brasileiros,
diz-me no tom doce dos seus 26 anos:
sabes mãe, acho que estamos a crescer as duas
ao mesmo tempo.
Rimo-nos.
Tem razão, estou a ficar adulta. Não é
fácil aos 58 anos crescer, enfrentar o mundo e perceber que todas as pessoas são boas e más quando é preciso. Incluindo eu também.
Sempre confiei imenso em toda a gente e
passei pela vida satisfeita e contente. Não pateta alegre, porque é claro que
me aconteceram situações desagradáveis e dolorosas, a pior de todas, a morte do
meu pai, que era o meu herói. O meu divórcio, não porque eu não o quisesse, mas
é sempre complicado. Empregos, desempregos, amores e desamores. Uma vida vivida
até ao tutano, mas acreditando sempre que o dia seguinte estava para vir e que
o ser humano valia a pena. Costumo pensar que passava-me tudo ao lado, nem me
tocava.
Feliz inconsciência.
Ainda acho que o ser humano vale a pena,
alguns valem, outros nem por isso.
Fiquei mais desconfiada, menos alegre,
mais fechada. Não posso partilhar como gostaria porque não me entendem. Sempre
soube que onde se trabalha não se faz amigos mas colegas. Mas eu sempre fiz
amigos, e acreditava ser possível, as coisas mudaram? Eu mudei? As pessoas
mudaram?
Agora o espaço parece Bronx, funciona
por gangues, quem manda aonde?
Talvez eu esteja a crescer e veja tudo
mais nítido. Passei a andar sempre de óculos.
E aos 50 anos ver problemas de mesquinhez que nada tem a ver com o trabalho é triste!
Eu tenho um bocado de mau feitio, tenho
dificuldade em suportar a ignorância de quem não faz um esforço para o não ser,
de quem passa o tempo a ver reality shows, a ouvir musica pimba. Sem viver o
seu tempo. Sem interesse em saber como vai o mundo, que há guerra na Ucrânia não,
não é longe, é mesmo aqui, na Europa. Que os Gregos como nós também fizeram
porcaria, também usaram e abusaram do dinheiro da EU, que não são nenhuns
santos. Mas acordaram e perceberam que só a pagar juros eternamente e sem investimento
um País não cresce, arregaçaram as mangas, tiraram as gravatas foram à luta e
conseguiram. São 4 meses à “experiência”, mas aí estão. Mas a quem é que isso
interessa?…
Tenham curiosidade pelo mundo em que vivemos.
O que interessa mesmo é aparentar ter
poder num emprego, num local com 12 pessoas?Esconder, mentir… “tipo gangues
de Bronx, dividir para ganhar”. Só de pensar nisto fico desanimada confesso. Sempre
gostei de dizer o que penso, agora calo-me. Tive medo de perder o emprego. Já não tenho. Não
sou de me influenciar, posso ter sido conivente, mas quando fica tudo surreal,
não aguento mais.
Saio fora.
E agora voltei com a determinação de
nunca mais deixar de ser eu própria, trabalho é trabalho.
Mas crescer dói.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
SAPATOS – UMA OBSESSÃO!
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Dorothy no Feiticeiro de Oz |
Eu adoro sapatos, é paixão mesmo, diria quase insana. E vai muito para
além da moda. Já fiz loucuras “financeiras” para comprar sapatos. E mesmo que
os meus pés não partilhem comigo o mesmo gosto, who cares. Eu bem os vejo, sinto-os
protestarem, se são stilletos porque além de estreitos são altos, se sabrinas
sentem as pedrinhas todas da calçada, se botas chelsea são difíceis de calçar, se
aberto atrás (chanel) comem-me os calcanhares, nunca ficam felizes, ou raramente,
ao contrário de mim.
Mas nada disso interessa. Já
comprei sapatos de tamanho superior, inferior, por não haver o meu tamanho.
Alguns só consegui usar um dia… outros levo-os na mala e uso nos jantares, nos
casamentos.
Mas o prazer que tenho ao comprar
uns sapatos novos é inigualável. É o gosto da escolha (aspiracional), a
experimentação, o olhar os sapatos no espelho (prolongamento das pernas, um
prazer lúdico) e depois (hábito) o usá-los no dia a dia. É a sensação de ser
uma nova mulher.
E quando são velhos, tornam-se uns amigos inseparáveis, confortáveis, pacientes, são grandes companheiros de férias.
Os sapatos são fundamentais para
a nossa existência, o nosso escape ao quotidiano nada fácil. Eles permitem-nos
partilhar prazer, glamour à medida do nosso gosto. Compramos sapatos e somos
outras mulheres. É loucura, eu sei. São mimos, que oferecemos a nós próprias, todas
nós mulheres, podemos ter este prazer.
Porque os sapatos não excluem
ninguém socialmente, Podemos não ser o modelo ideal, seja lá o que isso for,
mas estamos sempre na actualidade. Somos gordas, magras, altas, baixas, novas,
mais velhas, menos novas, aqui não há descriminações nem restrições. Pelo
contrário há para todos os gostos e bolsos. Cria o nosso próprio estilo,
deixa-nos desenvolver personagens.
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Louboutin |
A minha filha mais nova sai para
comprar roupa que necessita e aparece-se sempre com uns sapatos, que não
precisava. Ou então diz que vai comprar uns sapatinhos baixos que lhe dão
mais jeito para trabalhar e compra uns stilettos de 12cm!!
Os sapatos têm uma longa história:
Os psicólogos (e a História) lembram que o acto de beijar os pés era
uma veneração, era um hábito comum na antiguidade, será que também queremos ser
reverenciadas??
Na China antiga, os sapatos eram mais pequenos que os pés, por forma às
mulheres caminharem lentamente num acto de subserviência; Na Grécia as cortesãs
usavam tachas presas às sandálias como sugestão para serem seguidas; No Egipto
só as mulheres de classe alta usavam sapatos; Em Veneza no séc. XV só as de
classe alta usavam saltos (símbolo de status e maior controle dos maridos,
porque andavam mais devagar); no séc. XVIII Maria Antonieta, tinha uma enorme
coleção de sapatos, e quando subiu ao cadafalso, deixou cair um dos sapatos.
Sapato esse, testemunho histórico, que está agora no Musée des Beaux-Arts.
Os sapatos tiveram sempre uma
conotação de evolução social, tal como a moda de que fazem parte. Estou a
lembrar-me dos bicos finos dos anos 50, que marcavam o New Look do pós-guerra e, depois nos anos 70 aparecem as botas
brancas futuristas, as sandálias, os chinelos hippies.
Hoje em dia, no séc. XXI, os
sapatos continuam a ser a nossa loucura coerente ao estilo de cada um, com a
alienação insensata de podermos usar todo o tipo de sapato desde que nos
sintamos bem.
É óbvio que os sapatos também são
libertadores, eu posso usar ténis, sapatilhas botas rasas, galochas quando
quiser, a simbologia dos sapatos evoluiu ao mesmo tempo que a humanidade. Eu acredito na humanidade, ainda.
Dizem que os sapatos têm
um forte poder de sedução o que aumenta a nossa auto-estima.
Sim a imagem de um pé descalço na areia, na terra, no chão de casa é sensual… O erotismo duns saltos altos, é a imagem de: eu posso!
O meu pai dizia-me sempre: só estás bem calçada se tiveres uns saltos!
O meu pai dizia-me sempre: só estás bem calçada se tiveres uns saltos!
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Marylin Monroe e que sapatos |
Eu acredito que não há mal nenhum em termos esta verdadeira paixão pelos sapatos… não será equivalente ao que os homens gostam de carros. Meninas, isto não é uma competição.
E melhor ainda não há idade para os sapatos, mas sim gostos, estilos, provocações.
Eu agora ando assim, numa versão mais cool, por causa do frio.
Aos 50 anos podemos usar qualquer tipo de calçado.
Botinha da Mango, tem caminhado comigo o Inverno todo! |
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Menopausa
A menopausa foi sempre algo que nunca me preocupou,
considerava que era uma nova fase da minha vida, só isso.
E aos 58 anos, já
tive tantas novas fases, tantos novos começos, que era só mais um. Comecei a
menopausa aos 52 anos, não tinha qualquer
sintoma diferente, fiz sempre todos os
exames preventivos, mas só isso. Tudo continuava igual. Uma das minhas melhores
amigas dizia-me por vezes, que conforme a idade avançava as coisas podiam
mudar, aconteceu com ela. E ela é tudo menos pessimista.
Aos 54/55 comecei a
ter montes de enxaquecas, enxaquecas que me faziam faltar ao emprego, ficar no
quarto com tudo escuro. O típico destas dores de cabeça. Procurei uma médica
ginecologista, especialista em menopausa e fiz durante um ano compensação
hormonal, só que as enxaquecas não desapareceram. Ao fim de um ano, deixei de
tomar, e resolvi fazer exames médicos a
tudo o possível de fazer enxaquecas. Quanto mais idade menos defesas temos, algo estava atacar-me e
eu tinha que descobrir o quê.
Entretanto comecei a engordar, devagarinho, porque tinha
muito mais apetite, e quando me apercebi e caí na real tinha engordado 12 kg. Eu nunca fui de comer muito, mas a comida
dava-me mais prazer. Sempre fui gulosa, mas agora comia bolos todos os dias… eu
não queria ficar gorda, nunca gostei de me ver mais gorda, então comecei a
fazer dietas, mas muito simples, só retirar os hidratos de carbono, perdi 3kg, mas não passo de + 9kg. Já brinco com
isto, todas as segundas-feiras começo a dieta. Mas não passa de segunda-feira,
tento é manter este peso…pelo menos isso! Sou muito preguiçosa… e fazer dieta
implica fazer refeições diferentes. Desculpas…
Depois dos exames
todos feitos, não tinha nada que justificasse as enxaquecas, descobri que o
colesterol está um pouco mais alto, mas a própria idade ajuda-o a subir.
Descobri que tenho dois pedregulhos na vesícula, mas uma dieta sem gorduras resolve,
por agora não é preciso operar. Pode ser uma razão das enxaquecas, mas actualmente
não como gorduras porque senão a balança dispara mesmo. Obviamente que a idade trás destas coisas,
mas não posso deixar que isto me altere a vida, é só ter mais cuidado com a
alimentação porque eu acredito que nós somos mesmo o que comemos.
Então resolvi fazer testes às intolerâncias alimentares, e
voilá! Sou intolerante ao glúten, à lactose e a uma série de alimentos. Deixei
de comer glúten ( foi muito difícil porque ainda gosto mais de pão que de
bolos…), o glúten está por todos o lado… e lactose, e alguns dos outros
alimentos proibidos, estes não todos confesso, de vez em quando peco. O
importante é que não tenho mais enxaquecas. E
se comer, por exemplo um croissant de massa folhada, no dia seguinte:
enxaqueca.
É realmente uma nova fase da vida, temos que nos habituar às
alterações, mas vejamos pelo lado positivo. Não comendo glúten desinchei
imenso, tenho o mesmo peso, mas o meu corpo secou e está mais elegante. Não
tenho dores de cabeça. Foi da menopausa, acredito que sim, fiquei mais
vulnerável.
Pode ser que em Março volte a mexer-me, eu adoro o meu sofá,
e de Inverno hiberno nele. Não vou a ginásios, faço parte daquele grupo de
mulheres que paga o ginásio, mas nunca vai. Agora que o dinheiro está cada vez
mais caro, deixei-me disso e assumi que os ginásios não são para mim. Não me
engano mais. Mas gosto muito de caminhar, então isso faço, não as vezes que
deveria, mas faço. Até já fiz umas mini maratonas a caminhar, tipo Ponte Vasco
da Gama e outras, funcionam como objectivo para “treinar”.
A menopausa não muda a nossa vida, altera algumas coisas,
mas com força e autoestima continuamos a viver bem e sobretudo a ser feliz.
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Cinema
Gosto muito de cinema, acho uma arte perfeita.
Mexe com
todos os meus sentidos, embora não perceba patavina de cinema. Tenho os meus critérios
de escolha. And here I go.
O último filme que vi, foi o Birdman do Iñárritu, com um
actor canastrão, de blockbusters, do Batman (eu gosto do Batman) – Michael
Keaton – e não é que o homem se transformou, está fantástico, surpreendente. O
filme é àcido, a eterna luta de egos, com humor. Iñarritu que me lembre (Babel) não é de humores. Os actores são todos óptimos e
o texto, para mim, resulta maravilhosamente. Eu voei mesmo com o Birdman.
Corrida aos OSCARES Oscar Academy Awards 2015:
- Birdman (adorei)
- Boyhood (achei interessante)
- Grand Budapest Hotel (adorei o filme e a realização)
- A Teoria de Tudo (gostei muito, sobretudo da história,
conhecia pouco do Stephen Hawking, o trabalho do actor é brilhante)
- O Jogo da Imitação (gostei, da história e do actor)
- Sniper Americano (gostei do actor, esperava mais…adoro
o Clint Eastwood)
- Selma (não vi)
- Whiplash – Nos Limites (não vi)
Vamos ao cinema, além de ser fascinante, mantém-me viva, actualizada.
Crescer depressa, ser adulto. Todos
desejámos isso.
Agora, brinco e digo que cada vez estou
mais crescida, porque envelhecer não me apetece.
A palavra envelhecer é bonita, dá-te o
próprio tempo-espaço só por si.
Vês, com mais ou menos nitidez, os espaços
que ocupaste, que invadiste e a sua importância, num tempo de permanência maior
ou menor, cheio de sorrisos e sobretudo de inconsciências.
Maravilhosas inconsciências.
Há quem goste de envelhecer, guardar o
tempo. Eu não gosto, tenho 58 anos, pouca memória e não gosto de envelhecer. A
Marlene Dietrich dizia que “o segredo da felicidade é uma péssima
memória”.
Mas como é inevitável e fatal.
Deixa então de ser um problema, é mesmo
a solução.
Porém tanto eu como as minhas amigas não
estamos adorar, trás alguns problemas inerentes. Fazemos por não ligar, ser
indiferente, mas gostar não. Digo que não me incomoda. Rimos, gozamos
com esta fase da vida.
Algumas aborrecem-se bastante, ou nem
sequer conseguem lidar com isso.
Eu confesso, a maior parte do tempo não
me incomoda mesmo e depois há gente nova velha e velhos novos.
Vamos conversar sobre esta coisa de ser
cinquentona e os nossos mundos.
Vamos tentar ignorar os clichés da moda
e lembrar que a idade são só números.
E até a moda já mudou.
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Campanha Marc Jacobs Beauty 2014 com Jessica Lange![]() ![]()
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